É a sensação do momento. Daqui eu posso ver os jornalistas se estapeando, po favor deixem eu ir dessa vez, você já foi na semana passada, jogando no palitinho, apostando, eu pensei numas perguntas ótimas. Posso ver o vencedor da semana, emocionado, carregando seu bloquinho de notas e sua máquina fotográfica, indo encontrar o entrevistado da semana e pensando: Puxa, hoje eu consigo piada pro mês inteiro.
Quase uma terapia! O sujeito colocando pra fora todo o sarcasmo acumulado em uma vida inteira numa redação sendo chamado de estúpido. Muito prazer. Pérolas incríveis.
Do mesmo lugar de onde saiu a maravilhosa entrevista do maravilhoso diretor Paulinho Vilhena, temos:
A paulista Sabrina Sato faz há um ano e meio o papel de burra no programa pânico, da RedeTV!. Na semana passada, ela comeu minhocas e baratas no ar. SAbrina contou à repórter Heloisa Joly como se sente nesse papel:
Veja- Comer barata e minhoca não é humilhante?
Sabrina- Não tenho pudor. É tudo pelo profissional. Aliás, nem foi nojento. Minhocas têm gosto de terra.
Veja- Há quarenta anos as feministas combatem a imagem da "burralda gostosona", como sua personagem.
S- Mas eu sou parecida com ela. É assim que sobrevivo num programa de homens. Não quero mostrar que sou inteligente.
V- Como você definiria a inteligência?
S- Inteligência é usar um talento nato em benefício próprio. Eu uso o meu.
V- Qual é o seu talento nato?
S- Minha segurança está na beleza, não no intelecto. Por isso botei silicone.
V- E quanto ao cérebro?
S- Nesta fase da vida, não preciso ser inteligente. Mais para a frente, quem sabe? Quando estiver caída, vou virar intelectual.
V- Intelectual?
S- É. Ainda não tenho um projeto, mas a vida é cíclica. Ora estamos por baixo, ora estamos por cima. Para estarmos por cima, já tivemos de estar por baixo. Nossa, estou filosofando!
V- Isso já lhe aconteceu antes?
S- Tenho papos-cabeça. Falo da evolução do homem e até de ciência.
V- Evolução, ciência?
S- Ih, já estou me enrolando.
Não me dei ao trabalho de comentar muito, perda de tempo.
Com tanta atriz talentosa no mundo, o Pânico me contrata isso aí.
A vida, pra quem faz teatro, não anda muito fácil, não.
********
- Senhor José Serra, senhor José Serra! O senhor não pode acabar com a Lei de Fomento. A produção teatral da cidade depende disso. Tudo bem, não podemos negar que o dinheiro está sempre nas mãos dos mesmos grupos, mas nesse caso o senhor precisa pensar em uma política nova, que divida melhor a verba, e que dê oportunidades pra grupos que estão começando, grupos que tenham uma produção de qualidade e que não tenham o apoio da Petrobrás. De qualquer modo, essa verba deve ser entregue. Se o senhor tira essa verba dos grupos, eles terão que aumentar o preço dos ingressos, ou não terão condições de se manter. São esses os grupos que produzem arte verdadeiramente nesse país. As produções comerciais por aí nunca mostram nada de útil, os ingressos são caríssimos, as opções de espetáculos gratuitos na cidade são pouquíssimas. O senhor está tirando a oportunidade de dar cultura ao povo. Uma cidade como a nossa deve ter mais opções, mais acessíveis à população. Não se pode educar um povo culturamente só pela Rede Globo, senhor José Serra. Cada vez mais o povo deixa de frequentar exposições, peças e manifestações artísticas em geral, e isso só demonstra o quanto o nosso país ainda é pobre em investimentos e incentivo à cultura. E isso deve partir do governo, senhor. Cultura é qualidade de vida, e o governo deve elevar a qualidade de vida. Essa cidade te elegeu, senhor José Serra. O senhor não pode tirar deles nenhuma forma de lazer. Isso demonstra nosso estado quase irreversível de miséria, de desigualdade, de terceiro mundo. Que tipo de pólo multicultural São Paulo deseja ser, com esse tipo de atitude tomada pela Secretaria da Cultura? O povo precisa disso, senhor, principalmente a população de baixa renda, principalmente aqueles que não tem condições de pagar 40 reais por um ingresso. E não são poucos. E quantos aos atores, desempregados? E quanto às crianças que não aprendem nada sobre arte nas escolas da rede pública? Falta de cultura aumenta a violência! As crianças precisam ir ao teatro, os adolescentes precisam ir ao teatro, os adultos, a terceira idade, todas as classes, o que será desse povo sem cultura teatral? Senhor José Serra, a população, sem a lei de fomento, não tem mais como ir ao teatro!
- Se não tem teatro, que assistam cinema.
- Mas, senhor,eles estão fazendo manifestações e...
- Distribui esses genéricos de Aspirina aqui que eles ficam bonzinhos.
********
E de repente, um dia, você acorda e pensa: Puxa, eu estou tão feliz!
Será que eu vou me acostumar com isso???
Quase uma terapia! O sujeito colocando pra fora todo o sarcasmo acumulado em uma vida inteira numa redação sendo chamado de estúpido. Muito prazer. Pérolas incríveis.
Do mesmo lugar de onde saiu a maravilhosa entrevista do maravilhoso diretor Paulinho Vilhena, temos:
A paulista Sabrina Sato faz há um ano e meio o papel de burra no programa pânico, da RedeTV!. Na semana passada, ela comeu minhocas e baratas no ar. SAbrina contou à repórter Heloisa Joly como se sente nesse papel:
Veja- Comer barata e minhoca não é humilhante?
Sabrina- Não tenho pudor. É tudo pelo profissional. Aliás, nem foi nojento. Minhocas têm gosto de terra.
Veja- Há quarenta anos as feministas combatem a imagem da "burralda gostosona", como sua personagem.
S- Mas eu sou parecida com ela. É assim que sobrevivo num programa de homens. Não quero mostrar que sou inteligente.
V- Como você definiria a inteligência?
S- Inteligência é usar um talento nato em benefício próprio. Eu uso o meu.
V- Qual é o seu talento nato?
S- Minha segurança está na beleza, não no intelecto. Por isso botei silicone.
V- E quanto ao cérebro?
S- Nesta fase da vida, não preciso ser inteligente. Mais para a frente, quem sabe? Quando estiver caída, vou virar intelectual.
V- Intelectual?
S- É. Ainda não tenho um projeto, mas a vida é cíclica. Ora estamos por baixo, ora estamos por cima. Para estarmos por cima, já tivemos de estar por baixo. Nossa, estou filosofando!
V- Isso já lhe aconteceu antes?
S- Tenho papos-cabeça. Falo da evolução do homem e até de ciência.
V- Evolução, ciência?
S- Ih, já estou me enrolando.
Não me dei ao trabalho de comentar muito, perda de tempo.
Com tanta atriz talentosa no mundo, o Pânico me contrata isso aí.
A vida, pra quem faz teatro, não anda muito fácil, não.
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- Senhor José Serra, senhor José Serra! O senhor não pode acabar com a Lei de Fomento. A produção teatral da cidade depende disso. Tudo bem, não podemos negar que o dinheiro está sempre nas mãos dos mesmos grupos, mas nesse caso o senhor precisa pensar em uma política nova, que divida melhor a verba, e que dê oportunidades pra grupos que estão começando, grupos que tenham uma produção de qualidade e que não tenham o apoio da Petrobrás. De qualquer modo, essa verba deve ser entregue. Se o senhor tira essa verba dos grupos, eles terão que aumentar o preço dos ingressos, ou não terão condições de se manter. São esses os grupos que produzem arte verdadeiramente nesse país. As produções comerciais por aí nunca mostram nada de útil, os ingressos são caríssimos, as opções de espetáculos gratuitos na cidade são pouquíssimas. O senhor está tirando a oportunidade de dar cultura ao povo. Uma cidade como a nossa deve ter mais opções, mais acessíveis à população. Não se pode educar um povo culturamente só pela Rede Globo, senhor José Serra. Cada vez mais o povo deixa de frequentar exposições, peças e manifestações artísticas em geral, e isso só demonstra o quanto o nosso país ainda é pobre em investimentos e incentivo à cultura. E isso deve partir do governo, senhor. Cultura é qualidade de vida, e o governo deve elevar a qualidade de vida. Essa cidade te elegeu, senhor José Serra. O senhor não pode tirar deles nenhuma forma de lazer. Isso demonstra nosso estado quase irreversível de miséria, de desigualdade, de terceiro mundo. Que tipo de pólo multicultural São Paulo deseja ser, com esse tipo de atitude tomada pela Secretaria da Cultura? O povo precisa disso, senhor, principalmente a população de baixa renda, principalmente aqueles que não tem condições de pagar 40 reais por um ingresso. E não são poucos. E quantos aos atores, desempregados? E quanto às crianças que não aprendem nada sobre arte nas escolas da rede pública? Falta de cultura aumenta a violência! As crianças precisam ir ao teatro, os adolescentes precisam ir ao teatro, os adultos, a terceira idade, todas as classes, o que será desse povo sem cultura teatral? Senhor José Serra, a população, sem a lei de fomento, não tem mais como ir ao teatro!
- Se não tem teatro, que assistam cinema.
- Mas, senhor,eles estão fazendo manifestações e...
- Distribui esses genéricos de Aspirina aqui que eles ficam bonzinhos.
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E de repente, um dia, você acorda e pensa: Puxa, eu estou tão feliz!
Será que eu vou me acostumar com isso???