quinta-feira, setembro 23, 2010

Uma paralisação dentro da minha cabeça.
Os sindicatos dos neurônios ligados à carreira, família, bem-estar, futuro, saúde e conhecimentos gerais realizaram na tarde de ontem uma passeata na Zona Sul, lá pelos lados do Bulbo, exigindo maior respeito pela categoria porque ultimamente só tenho usado a parte do cérebro responsável por pensar em Você.
Houve tumulto, mas nenhum ferido.
Parece que Você já fez uma proposta (não o Você de verdade, claro, o Você de dentro da minha cabeça) e espera-se um acordo dentro de alguns dias.
A imprensa sensacionalista busca maiores informações, mas dessa vez eles não vão conseguir não vão conseguir não vão conseguir.

domingo, setembro 19, 2010

THE REST OF

Tá, tudo bem, certo, ainda estamos em setembro.
(Há controvérsias. A passagem do tempo pode ser algo bem subjetivo, especialmente em situações de aprisionamento - e coloque-se neste item os pensamentos obsessivos, os regimes não democráticos, os castigos que a gente se impõe - e em situações de ansiedade - no caso de pessoas como eu, todas as demais. Não é de se espantar que exista um fuso horário imaginário - e que nesse momento eu esteja aqui, em São Paulo, escrevendo, enquanto você deve estar em Paris, Londres, Budapeste, Viena, uma dessas cidades aí em que sofrer é artigo de luxo, servida a altos preços nos mais finos restaurantes - divagação das divagações - eu me sento na mesa, frente a você, luz de velas, você pede pra ver o cardápio, reclama de tudo - eu peço logo pra ver a 'carta de sofrimentos' - quero algo tinto, seco, marcante, dizem que a safra de 83 é ótima!)
Ainda, setembro de 2010, pelo menos levando em conta o calendário cristão (e não que você seja muito afeiçoado a qualquer coisa que leve cristão no nome ou a qualquer tipo de regra moral) mas se eu fizesse uma coletânea, THE BEST OF Amores do Ano, não ia ter uma só música que prestasse. Passearíamos por um amontoado de canções esquisitas, algumas com refrão grudento, outras sem refrão algum (e o que será pior?), experimentações musicais sem sentido, todas meio desafinadas, melodias esquisitas, sem poesia nenhuma. Olha, com um pouco menos de sorte, até versões brasileiras malfeitas de clássicos da música brega norte-americana.
Mas, tá, tudo bem, certo, minha vida nunca teve mesmo muita cara de lista da Billboard. É mais curioso e mais sutil, porém, que eu me sinta mais feliz do que no tempo em que minha coletânea do ano era um Single. Que todos os analistas do mundo, todos os fóruns da SongMeanings.net, todas as entrevistas com o próprio autor não seriam capazes de explicar. Talvez tenha sido mesmo questão de inspiração, atordoamento. Eu berrava com toda a força dos meus pulmões o que hoje vejo que nunca passaria de um sucesso estrondoso de uma boy band de um sucesso só. Que gosto musical adolescente sempre foi e sempre será péssimo.
E eu sempre serei uma pessoa 78 rotações nesse mundinho iPod de meu Deus...

quinta-feira, setembro 16, 2010

Trilogia do Amor - parte VIII (Pataquada!)

Porque eu roubei da Fabi que roubou da Clarah que roubou do Miguel Esteves Cardoso.

Quero fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática.
Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.
Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecoló́gica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.
Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá tudo bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo? O amor é uma coisa, a vida é outra.

P.S. Adorei essa palavra, bananóide...

quinta-feira, setembro 09, 2010

Pagu teria orgulho!

Daí que você tá lá na sala de espera da sua terapeuta e bate o olho numa revista (véia pacarái) com a seguinte capa:


Desculpem, mas eu VOU grifar. Eu faria muitas outras coisas pra demonstrar tamanha indignidade.

01 - A revista chama Elas & Lucros - A Revista de Finança Pessoais para Mulheres
02 - A matéria de capa é Como Agarrar um Milionário - conheça esta e outras rotas para enriquecer

Quer dizer...