sexta-feira, outubro 29, 2010

Isso sim poderia ser chamado Ensino Fundamental I e II.
Bom senso para as meninas.
Bons modos para os meninos.
E o mundo dos relacionamentos amorosos seria muito mais feliz.

terça-feira, outubro 26, 2010

Lado bom de não ter Príncipe Encantado é descobrir que também não tem Lobo Mau.
De resto, só a certeza de que era tudo uma grande, grande mentira.
Sabe?
Patinho Feio, Homem do Saco, Fada do Dente, Amor da sua Vida, Teatro de Grupo, nada disso existe, nada.
NADA!

quinta-feira, outubro 14, 2010

Vou aderir

Ele contava com sua transformação em alcóolatra. Isso traz plenitude. O álcool ocupa totalmente o pensamento e dá fim ao desespero: cura. Ele frequentaria então as reuniões dos Alcóolatras Anônimos, contaria a sua trajetória, seria apoiado e compreendido por seres da sua espécie, os quais aplaudiriam sua coragem e sua vontade de recuperar-se. Ele seria alcóolatra, ou seja, alguém que tem uma doença socialmente reconhecida. Os alcóolatras são compreendidos, são cuidados, têm uma consideração médica, humana. Ao passo que ninguém pensa em compadecer-se das pessoas inteligentes: "Ele observa os comportamentos humanos e isso deve fazer dele uma pessoa muito infeliz", "Minha sobrinha é inteligente, mas é uma pessoa muito boa. Ela quer sair disso", "Por um momento, tive medo de que você se tornasse inteligente". Eis o gênero de reflexões bondosas, cheias de compaixão, a que ele teria tido direito se o mundo fosse justo. Mas não, a inteligência é um duplo mal: ela faz sofrer, e ninguém se dá ao trabalho de considerá-la uma doença.

Martin Page in COMO ME TORNEI ESTÚPIDO

quinta-feira, outubro 07, 2010

pares

por Luana Vignon

arranquei as ervas daninhas do calendário
coloquei 2 ou 4 coisas no lugar
como um par de olhos grandes me olhando
no primeiro instante em que abro os meus pela manhã
ou um par de chinelos emprestados por um fim de semana inteiro
ou um par de xícaras de café bem forte
ou um beijo
que como todos sabem, precisa de ambos os lábios pra acontecer.

sábado, outubro 02, 2010

É sim ou não?

Sabe aquele "teste roschard"? Aquele teste de psiquiatra que mostra uma mancha, um borrão no papel, e tudo que é maluco já pensa em sexo ou morcego? Então, tem a ver. É o seguinte: você pega qualquer história: de amor, no trabalho, o que quiser. Aí você vai afastando essa história, vai botando longe, lá longe, como se fosse uma cadeia de montanhas, lá.... lá no horizonte. Tem uma distância que você coloca as coisas, todas as coisas, qualquer coisa, que elas ficam pequenininhas, só o essencial, como uma sombra, um vulto... e que é de sim ou de não. Tá acompanhando? É simples: tudo em última análise é um sim ou um não. É boa coisa ou é ruim pra você. Isso serve pra tudo. Por exemplo: pensa na tua mulher. Pensou? Agora joga a tua mulher lá longe... cadeia de montanhas lá no horizonte... muito bem. Tá lá? No limite? A última forma? Vê o vulto? O vultinho pequeniniiiiiiinho? É sim ou não? Hein? Sim ou não, rapaz! Sacou!? Pensa no teu trabalho... Jogou o trabalho lá longe! Cadeia de montanhas lá no horizonte... Tá vendo o trabalhinho pequenininho? Sim ou não? Sim-ou-não! Pensa rapaz, pensa. Tudo nessa vida é assim. De tudo pode restar apenas o não ou o sim. O mundo é nosso! Pode olhar. Vai... joga o mundo lá longe pra ver!

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Notar que a vida tá crescidinha
já pode alçar seus próprios vôos
não precisa mais de você.

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(os dois do Michel Melamed)