Às vezes sinto necessidade de escrever sobre mim. De fazer desse blog algo mais útil que um simples acumulado de piadinhas idiotas mas tão mas tão idiotas que vocês até devem rir pensando em como eu pude publicar algo tão idiota.
Pois, pelo menos em algum aspecto da minha vida eu precisava ser corajosa. Que seja, então, no virtual, que dói menos.
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Eu ando cheia de obsessões ultimamente. A primeira delas é fazer meu joelho melhorar. Porque quando eu estava no auge do meu problema joelhístico, tudo que eu conseguia fazer era chorar, reclamar e achar que nunca mais conseguiria retomar nenhuma das minhas atividades na vida. Então, ao menor sinal de melhora, me transformei em uma louca fissurada em exercícios, que faz uma hora de alongamento por dia, hidroginástica, RPG, quatro cápsulas após o café e duas após o jantar, e fortalecimento do quadríceps com 3 séries de 20 levantamentos de perna com dois sacos de farinha de mandioca torrada amarrados à perna pra somar os 750 g exigidos pela fisioterapeuta, já que , é claro, eu não me dei ao trabalho de comprar tornezeleira.
A segunda obsessão é por contar calorias. Eu até posso comer como uma jamanta e engordar feito um bovino sendo preparado para o abate, mas eu jamais deixarei de contar as calorias que estou consumindo no dia. A não ser, é claro, do bolo de cenoura que estou comendo nesse momento, e como eu mesma fiz, não pude contabilizar as calorias dos ingredientes. Quanta falta faz um rótulo!
A terceira obsessão é pra arranjar um emprego. Mas eu juro que dessa vez é sério! Decisão tomada da última vez em que meu pai gritou na minha cara que o bolso dele não é uma fábrica de dinheiro. E eu saí pra Paulista puta da vida não com ele, mas comigo porque eu sei que no final das contas é óbvio que ele tem razão. E mesmo porque eu ainda não desisti do meu plano de ir morar num lugar civilizado o mais perto possível do centro e o mais longe possível desse lugar estranho cheio de gente feia que é a Zona Leste.
Aliás, sair da Zona Leste é a minha quarta obsessão.
A quinta obsessão não deveria estar nessa lista, afinal de contas ela já é au concour. É a minha obsessão mais antiga, a primeira de todas as minhas obsessões, sem contar, é claro, a de ser a She-ra, porque essa acabou se dissolvendo com o tempo. A obsessão-mor, a obsessão de dez entre dez mulheres solteiras da minha faixa etária, a obsessão que mais me atormenta ultimamente é arranjar um namorado. Aliás, agora que eu parei pra pensar, eu só queria ser a She-ra porque achava que assim ia namorar o He-man. É, eu também não sei o que eu tinha na cabeça pra achar o He-Man sexy, mas eu era criança, eu não tinha bom-senso, eu nem sabia o que queria dizer sexy, porra, dá um tempo!Depois eu tive minha fase Flávio Silvino enquanto assitia Vamp, depois eu tive minha fase Raí e Zetti ( lembram dele? Ah, que sorriso... até as reportagens da época do dopping eu guardei...) na época que o São Paulo foi campeão mundial e eles ainda não estavam tão velhos, nem tão gordos. Em alguma das Olimpíadas eu tive minha fase Xuxa, e deve ter tido mais um ou dois atores de cinema ou novela das oito,e até tiveram algumas pessoas que realmente conviviam e conversavam comigo, vejam só, que curioso!
E cá estou há 21 anos cheia de problemas a resolver e eliminando o mais simples deles que é como seria o final deste texto.