segunda-feira, março 26, 2012

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... parecia tão distante, e olha aí, chegou.
É assim que a vida é.
Até que não é uma vida má.
Sem mais.

terça-feira, março 13, 2012

"E eu sempre inventei verdades, meu caro senhor! E as pessoas sempre acharam que eu dizia mentiras. Jamais falamos tanto a verdade, como quando a inventamos."
Pirandello

segunda-feira, março 12, 2012

E sentada na plateia observando os atores trabalharem, de longe, as ideias pulam dentro da cabeça com velocidade tal que é preciso anotar antes que elas sumam para sempre. Pra depois organizá-las em filas, onde permanecerão ansiosas - mas não tanto quanto eu - esperando pela glória de serem colocadas em prática.
Ah, se todas fossem reveladas agora! Talvez alguém pudesse ter ideia do que se passa aqui - desse misto de medo, empolgação, lógica e intuição que boiam dentro do estômago desde que decidi que o palco, só, não servia mais pra mim.
Eu queria a cadeira da primeira fileira, no escuro, pra anotar meus comentários com garranchos que só eu entendo.
Queria estar no meio da plateia após o espetáculo, anônima, e ouvir os comentários de quem nem imagina que eu possa ter algo a ver com tudo aquilo.
Queria o nervoso da noite de estreia, amplificado pela consciência de que depois do terceiro sinal não há absolutamente nada que você possa fazer.
Paradoxalmente, eu queria estar um pouco de fora da brincadeira. Pra poder ser dona de tudo aquilo. Ainda que eu sinta o frio do ar condicionado na plateia vazia, e pense que pra eles que estão mexendo o corpo todo, a temperatura deve estar boa - mas pra quem trabalha só o cérebro e a mão direita que desliza sobre o papel...
Anotações eu faço a lápis - eu que sempre carrego Bic 4 cores na mochila, eu que uso cada cor representando um assunto, eu que defino, eu que organizo, de repente - quem diria! - preferindo a lapiseira - pressupondo e esperando pelo próximo erro - e pelo outro - e mais um - e o outro - e mais um - e mais um - outro - um - outro...