segunda-feira, setembro 28, 2009

Tá vendo ali?

Ali, no canto esquerdo, ao fundo?
De camisola branca, magra, sempre sozinha?
Então... sou eu.



Ah, Pina Bausch, Pina Bausch....

quarta-feira, setembro 23, 2009

Tô aqui trancada dentro de casa fazendo um exame bizarro pra ver se tenho mesmo a porra do tal do refluxo gástrico.
Basicamente tem uma sonda enfiada pelo meu nariz até o meu esôfago, presa num aparelho que mede o PH do ácido gástrico, e cheia de esparadrapos pra segurar a sonda o que me faz parecer uma doente terminal (Deus me livre!). Algo assim.
Peguei um puta dum trânsito maldito pra ir pro laboratório porque meu convênio só atende esse exame na Alameda Santos e tava chovendo pra caralho e essa cidade é uma merda e o bostinha do prefeito só faz cagada do tipo proibir fretado, que é só pra fuder mais a vida de todo mundo.
Achei que seria sossegado e reservei a tarde para fazer pequenas coisas, ligações telefônicas, etc e tal. Mas mal consigo falar. Mal consigo comer. Mal consigo engolir saliva. Não dá pra levantar muito o pescoço também.
Fiquei em jejum por mais de 13 horas e depois sinceramente deu uma baita preguiça de comer.
Tô numa TPM maldita e amanhã tenho que sair de casa seis da manhã se quiser tirar essa merda dessa sonda na hora e voltar a tempo pra dar aula na Cultura.
Bom, já viram, portanto, que meu humor tá ótimo, né?
Valeu o desabafo.

segunda-feira, setembro 21, 2009

Guess what?

Toda vez que eu fico muito tempo sem escrever aqui, das duas, uma:
Ou a minha vida tá tão deliciosa e cheia de novidades e coisas boas que eu não tenho tempo pra postar;
Ou a minha vida tá uma chateação só e embora eu esteja cheia de tempo não tem nada novo ou interessante pra contar.
Decidam aí, vocês.

quarta-feira, setembro 09, 2009

Cuide de você

Enfim, fui ver a exposição da Sophie Calle, na segunda. Sim, no último dia... mas pelo menos posso usar a desculpa de que tava esperando Pri Carbone voltar de Portugal pra ver com ela... não é de todo verdade, mas não é de todo mentira...
Lembro de muita gente comentando que era trabalho de mulherzinha. Quase uma vingancinha de mulher abandonada. E é. Claro que é. Mas, sabe, não é só isso, e não é só dessa vez, e não é só ela quem faz isso. Todo mundo faz. E é assim que tem que ser, na maioria das vezes. Pra ser de verdade, é assim que tem que ser.
A louca convidou 107 mulheres, entregou o e-mail que ela recebeu do namorado, em que ele terminava com ela, e pediu que cada uma respondesse à carta de alguma maneira. Cada uma trouxe uma resposta diferente. Algumas engraçadas, outras bonitas, outras técnicas, outras incompreensíveis, mas no fundo todas muito parecidas. Todas tentando encontrar uma justificativa pro fim.
Mas porque catso que a gente sempre faz isso?
A gente passa os dias procurando novos começos, desejando que as coisas aconteçam... opa, encontrar um grande amor hoje? é pra já... arranjar um emprego maravilhoso? demorou... uma viagem fantástica ao redor do mundo? opa!
Mas ninguém nunca tá preparado pro fim. E tem vezes em que as coisas simplesmente acabam.
Simples assim.
Terminou por quê? Porque acabou o amor. Porque já deu. Porque a partir de agora, nada mais de novo e delicioso poderia nascer, e se não vai ser novo e delicioso, então não tem pra quê acontecer.
E aí estão todas lá, falando, chorando, pesando sobre algo que certamente já viveram. Porque TODO MUNDO já viveu isso. E aí a Sophie Calle vira praticamente uma curadora da própria obra. Ela deixa tudo na mãos das outras, só pra poder dizer: tá vendo, gente? não sou só eu. E não é, meu Deus!
Por que todo mundo age como se aquilo fosse doer pra sempre?
E não vai.
Não vai.
Isso me lembra uma conversa que tive com o Rafa outro dia. Que o mais triste de tudo, é que tudo passa. Passa. Acaba. Toda essa dor que você está sentindo agora, porque o grande amor da sua vida te deixou, todas essas lágrimas, toda essa certeza de que você nunca mais vai superar, isso passa. Acaba. Morre.
A saudade do amigo que morreu. Vai passar. A vergonha por algo que aconteceu. Passa. A decepção porque você não conseguiu aquilo que queria. A sensação de que nunca mais você vai conseguir levantar da cama. Passa. Tudo passa.
Vai ver que a vida é isso, então.
É desafiar o destino. Ficar inventando novas decepções o tempo todo, achando que dessa, dessa vez, é o fim. Dessa vez, não vai passar.
E passa.
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Eu roubei o guia em português da exposição. Porque tem uns textos lindos, que eu queria publicar aqui. Em breve, muito em breve.
Mas só os que me fizeram chorar.