quarta-feira, julho 26, 2006

Paulistanices

Primeiro, uma observação:
Você pára no farol e os meninos/tias/corinthianos vão colocando seus saquinhos de bala nos retrovisores. Colocam em vários carros, aí correm até o começa da fila e vão recolhendo de novo. Tudo isso antes do farol abrir. Se alguém resolve comprar a balinha, eles SEMPRE atrasam para recolher as balinhas dos outros carros. Ou seja, eles esperam NÃO vender. Se eles vendem, eles NÃO sabem lidar com a situação. Eles ESPERAM pelo fracasso. Que merda! São Paulo é mesmo uma cidade fudida.
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E agora, as coisas que fazem todo paulistano, presumo, ter vontade de mandar tomar no cu.
01. O ônibus pára no ponto. Corredor de ônibus, logo a porta fica do lado esquerdo do veículo, consequentemente dando de cara com a catraca e o cobrador. Já seria o suficiente pra você ficar puto. Mas como se não bastasse, forma-se uma fila de oitenta pessoas, todas querendo já passar para o fundo do ônibus, empacando na escada, empacando o ponto inteiro, impedindo o ônibus de circular, enquanto a frente do veículo está COMPLETAMENTE VAZIA. Ou seja, o filho da puta podia muito bem ir pros bancos da frente, formar a fila lá dentro, abrir espaço pras pessoas de trás que querem passar, mas ele prefere ocupar toda a escada pra passar AGORA afinal só ELE está na cidade de São Paulo morrendo de pressa pra chegar ao local do seu compromisso. MORRAM!
02. Metrô. Estação Anhangabaú. Seis e pouco da tarde. Todos sabem por seus anos de experiência que daqui a pouco vai chegar um trem vazio te dando a chance de ir sentado. Então, quando chegam trens antes desse, ficam aquelas pessoas na frente da porta, sem entrar no trem nem dar espaço pra quem tá atrás, querendo garantir lugar no trem vazio das 6 e 15. Já seria o suficiente. Mas tem sempre o maior de todos os filhos da puta que pede licença como se fosse entrar no trem que acabou de chegar à plataforma, enrola, não entra, fica ali na frente mesmo "oh, coitadinho de mim, não consegui lugar neste e vou ter que esperar o próximo" e fura a fila pra entrar no trem vazio. CORNO!
03. Gente que não deixa a esquerda livre pra circulação merece morte lenta e dolorosa.
04. Velhinho que demora horas pra colocar o bilhete na catraca. Catraca que apita. Funcionário preguiçoso do Metrô que fica olhando e não move uma palha pra ajudar o velhinho. E você na fila. SE FUDER!

segunda-feira, julho 24, 2006

Enquanto isso

...numa clínica não muito longe dali:
- Oi, prazer. Sou XYZ. Fisioterapeuta.
- (suspiro) Oi. Fernanda. Solteira.
Isso, claro, se eu não fosse uma parva e ele não tivesse uma aliança na mão esquerda... direita... esquerda... que mão era mesmo?
Parva!

sábado, julho 15, 2006

Grandes chavões de Mrs R.

Já não era sem tempo. Com vocês, Mrs. R., minha psicóloga.

"Mas é sempre tudo ou nada, né? Com você não tem meio termo, não?"
"E você acredita em tudo que te dizem? Se o mendigo da rua disser pra você que você é suja, você vai acreditar, é isso?"
"Como você é cruel com você mesma! Você não precisa de inimigos..."
"Mas você também quer tudo, né? A vida é feita de escolhas... e a gente sempre acaba perdendo alguma coisa"
"Aí que está, aquela mesma coisa de camuflar que eu te falei outro dia..."
"Quem disse? Quem foi que ensinou isso pra você? Isso é coisa da sua cabeça..."
"Olha lá, a mulher maravilha, perfeita, ela é boa filha, ela é boa atriz, ela é boa professora, ela não erra nunca."
"Quando mais você se perde nessas suas divagações, mais longe você fica da realidade..."
"Engraçado. Você faz da sua vida uma peça de teatro, né? Por que será que você escolheu essa profissão?"
"Também, você compara o seu pior defeito com a maior qualidade dos outros. Você sai perdendo, é lógico..."
"Talvez nessa atitude do seu pai, então, você tenha se sentido..." ( sim, ela é freudiana...)
"Mas você é gente. Você não é uma máquina. A gente não pode fazer tudo ao mesmo tempo"
"E o que você tem feito pra tornar isto realidade?"
"Sempre essa ansiedade, é tudo pra ontem, pra ontem. Tudo na vida é um processo. Demora."
"Que bom que você tem consciência disso. Já é um primeiro passo."
"Nossa, me explica isso, que quando você começa a falar esses termos de teatro, eu não entendo nada..."
"Por que você sempre escolhe o mais difícil?"
"E por que você não disse isso pra ele/ela/sua mãe/seu pai/etc? "
"Bom, como você mesma diz: OK, mas e daí?"
"Ai, pronto, agora tudo que eu falo é chavão. Se prepara, que eu ainda vou te lançar vários..."

E as respostas chavão:

"Não sei. Não sei porquê. Não sei."
"Entender, eu entendo. Já colocar em prática..."
"Ai, eu tenho tanta coisa pra dizer, mas nunca sei por onde começar..."

quarta-feira, julho 12, 2006

Do Dia da Invasão

Quando eu me dei conta, o carro já estava chegando. Era um carro antigo, daqueles de gangster, só que era branco, ou cinza, ou uma cor clara qualquer. Na verdade, o tempo todo as coisas pareciam meio apagadas, como se as cores aos poucos tivessem perdido a força. Sabe? Cor de colcha da cama onde bate sol todo dia...
Mas enfim, o carro veio pelo corredor que passa ao lado da minha janela, fez a curva em direção ao quarto (que deveria ser) de empregada, manobrou em frente ao abrigo de gás e por fim estacionou em frente à lavanderia. Salta um homem de dentro dele, cara de perigoso. Pergunta por alguém. Os moradores das casas saem tentando descobrir o que acontece. Se reunem no quintal. Que não é bem um quintal, mas é o páteo da vila. Eu vejo tudo pela janela da cozinha. Que não é bem uma cozinha, é uma...
Uma moça sai de dentro do banheiro (que deveria ser) da empregada, e tenta fugir, entrando por baixo do tanque e curiosamente saindo do outro lado do quintal. Uma passagem secreta? Talvez isso. Corre e desaparece. É pequena, parece ter menos de meio metro de altura. Embora tenha a aparência de uma senhora. E de uma boneca. Some. Não é mais vista.
Já desceram dois homens do carro. Eles seguem procurando. Tem mantas de lã em cima da cabeça. Parecem bonecos. Daqueles de promoção, que ficam em frente da loja, distribuindo balinhas. Às vezes a cabeça de um se transforma numa cabeça de lobo. Mas na maior parte do tempo é simplesmente uma manta xadrez vermelha e azul jogada sobre algo que não se sabe bem o que é. Eles não se movimentam muito. Não parecem vivos. Alguém se aproxima. "Menino" com pintinhas no rosto.
- Não adianta se esconderem, eu sei que vocês são o Racha-Cuca e o Tripa-Seca.
Eu começo a achar tudo muito estranho.
O cenário muda um pouco. Escuro, parece uma caverna. Parece uma cidade abandonada. Mas eu estou andando em meio a maquetes. Maquetes abandonadas. Aquários sem água. Como águarios para cobras ou ratos. Um bichinho passa correndo e eu sei que ele é um dos sete anões. Pego-o na mão. Sim, na mão, ele cabe na palma da minha mão. Tem uma textura inexplicável, é gelatinoso mas é quente, e vivo embora pareça um brinquedo. Para ser muito sincera, ele parece um daqueles bichinhos que saltam da terra no Super Mario World. Uns marrons. Sei lá que bicho é esse, aqui ele não é um bicho, aqui ele é um dos sete anões.
De frente para este aquário, tem uma salinha. E eu sei que ali mora também um anão, que é um anão que cresceu. Alguém que não sei quem é diz pra batermos pra ele contar como era no tempo dos anões. Um outro alguém diz que não podemos, porque fulana vai perder a hora pro serviço. Não conheço fulana, mas tenha a sensação de que é a minha mãe. Batemos. Ele atende, simpático. Ele tem a cara do Carlos Alberto de Nóbrega. E ele não é anão. Ele tem estatura normal. Ele me deixa entrar na salinha, que na verdade é a casa dele, que na verdade tem araras com roupas, muitas roupas. Uma coisa meio lojinha da Disney. Se eu um dia tivesse ido à Disney...
-Ah, eu costumava trabalhar muito nessa época, fiz muito cinema, mas agora estou um pouco parado, ele diz depois que eu toquei nas roupas e agora vejo um álbum de fotos, que mais parece um manual porque tem explicações. De cada um dos sete anões. Mas eles não são os sete anões da história. Eles tem caras esquisitas, como se fossem desenhos de cartas de tarô, uns desenhos cheios de detalhes e riscos e que dão um pouco de medo, e ao lado de cada desenho/foto tem a explicação das propriedades de cada anão.
Alguém comenta que a Branca de Neve teve sete filhos e que cada filho criou um boneco/criatura/gremlinzinho que eu tenho na mão. Todos vão andando pra outro lugar.
Eu acordo. Se alguém entender de análise do sonho, entre em contato urgentemente.

domingo, julho 09, 2006

Eu acabo de assistir Antes do Amanhecer e Antes do Pôr-do-Sol, assim, seguidos, um atrás do outro, uma tacada só.
Doeu. Doeu bastante.
Não quero falar sobre isso.

sábado, julho 08, 2006

Depois de sobreviver ao sanduiche de salame da Carol/Karina e sua conseqüente infecção intestinal, estamos aqui, trancadas em casa, eu e minha pouca saúde, inventando o que fazer, dormindo como nunca, depois de cancelar pelo menos uns três compromissos.
Uma hora e meia de fisioterapia, posso fazer as unhas, o que dá mais uma hora, posso ver o jogo de Portugal pelo terceiro lugar, alugo uns dois filmes.. e acho que consigo preencher uma tarde e uma noite de sábado. Vamo vê?
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E eu tenho que fazer a porra do trabalho pra entregar pro Armando, mas quem disse que eu tô com paciência para o velho Sapo-Boi?
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Dia 29 de agosto, sem falta, estarei no teatro Alfa assistindo tia Pina Bausch.
Gente, se esse espetáculo for ruim, e se eu odiar, meu Deus? Que será de minha vida teatral a partir de então?

domingo, julho 02, 2006

VAAAAAAAAAAAAI, FELIPÃÃÃÃOOOOOOOOOOOOOO!!!!

LIberdade, Igualdade, Fraternidade e Vinho do Porto!
Uhu!
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Vou registrar aqui sigilosamente, apenas para minha própria memória, a pizza do Piolim no sábado à noite depois do XPTO no Tendal da Lapa.