Carolina, nos seus olhos fundos
guarda tanta dor, a dor de todo esse mundo
Eu já lhe expliquei, que não vai dar,
seu pranto não vai nada ajudar
Eu já convidei para dançar,
é hora, já sei, de aproveitar
Lá fora, amor, uma rosa nasceu,
todo mundo sambou, uma estrela caiu
Eu bem que mostrei sorrindo,
pela janela, ói que lindo
Mas Carolina não viu...
Carolina, nos seus olhos tristes,
guarda tanto amor, o amor que já não existe,
Eu bem que avisei, vai acabar,
de tudo lhe dei para aceitar
Mil versos cantei pra lhe agradar,
agora não sei como explicar
Lá fora, amor, uma rosa morreu,
uma festa acabou, nosso barco partiu
Eu bem que mostrei a ela,
o tempo passou na janela e só Carolina não viu.
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Quem vai me emprestar Carioca pra eu gravar, decorar as letras e cantar no dia? Hein?
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Volta para casa. Moça ao meu lado dormindo. Alguém põe a mão no cabelo da moça. Ela acorda. Olha assustada.
- Tem uma coisa grudada no seu cabelo.
Deve ser amiga dela, penso eu...
- É um chiclete.
- Mas como isso foi grudar no meu cabelo?
- Eu fui jogar pela janela, caiu na sua cabeça, você foi se mexer, ele grudou...
- Hein?
Hein? penso eu...
- Peraí que eu vou tirar ( mexe, mexe, puxa, arranca...)
- Vixi, ficou um pouquinho. Você vai ter que cortar.
- Quê?
Quê? penso eu...
- É, vai ter que cortar. Ma sé só um pouquinho, nem vai mudar seu corte.
Caralho, penso eu...
- Desculpa.
- Não foi nada, não.
Coisas bizarras que a gente só vê num ônibus da ZL, penso eu...