quinta-feira, junho 28, 2007

Não é foda fazer algo só por causa de dinheiro?
Se fosse foda, era bom.

quarta-feira, junho 27, 2007

Dos não-afagos

Já passa da meia-noite.
Ainda estou aqui, sentada, escrevendo meus projetos no Word.
A casa está em completo silêncio. Fui até a sala há pouco tempo, encontrei a tevê ligada e meu pai roncando alto, caído de sono, deitado no sofá.
Não há mais ninguém na casa. Meu irmão vai dormir fora. Minha mãe ainda não chegou do serviço. Eu cheguei e já me enfurnei aqui. Meu pai já devia estar dormindo, mas me viu chegar, da janela da sala vigiou enquanto eu abria o cadeado, o portão, fechava o cadeado, o portão. Provavelmente depois que eu entrei, sã e salva, ele deitou no sofá e dormiu de novo.
E continua lá. Logo minha mãe vai chegar e ele vai fazer o mesmo. E amanhã ele vai fazer o mesmo. Eu de repente pensei que ele é quase como um cachorrinho, cochilando mas sempre atendo pra proteger os donos quando estão em perigo. Depois voltam tranquilamente pras suas almofadas/tapetes/casinhas/camas dos donos sem que eles vejam/sofás e dormem seu sono de dever cumprido.
Eu olhei meu pai e pensei: como é solitário este homem!
Foi triste. Foi bem triste. Pensar que há tempos eu não dou um afago, um osso, algo que mereça um abanar de rabo ou coisa do tipo.
Não estou falando de brigas nem nada disso. Estou falando de esquecer de dizer a quem está do nosso lado que estamos felizes por ter alguém do nosso lado. Que nós gostamos de ter alguém- que a gente ama- que olha pela janela- que afasta com os olhos os fantasmas que nos rodeiam.
Mesmo que isso aconteça só na cabeça deles.
Mesmo que isso aconteça só na minha cabeça.
Eu devia afagar meu pai e todo o mundo de vez em quando.

segunda-feira, junho 25, 2007

Que posso eu fazer?

Eu não quero mais ficar no casulo.
Eu estou pronta, mas não depende só de mim.
Por favor, me deixem voar.

Já foi

Pois é, quem foi no O que não foi, foi, quem não foi: já foi!
Nossa, esta foi a coisa mais engraçada que já postei aqui.
Ha-ha-ha.
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Agora, colocar em dia a lista de espetáculos assistidos. Valendooooo!

sábado, junho 23, 2007

O meu contemporâneo

Primeiro, que eu gosto de gente que não se leva tão a sério. Eu tento fazer isso o tempo inteiro. Eu nunca tenho sucesso, mas eu tento. Rir de si mesmo, rir de seu próprio trabalho, rir da incerteza. Gente que consegue o milagre da desmitificação- como fugir nesse momento da imagem do Janô babando e gritando desrubricar, desconfigurar, desconstruir, desmitificar, assassinem os mitos, assassinem os gênios, assassinem o Janô????
Daí uma companhia tem a pachorra de montar um´A Gaivota com vaso de planta, capacete de astronauta, penino no olho e suicídio com secador de cabelo cor-de-rosa. Sensacional.
Pela quebra de padrões, pelo humor, pela história que mesmo desconstruída é totalmente compreensível- e não, eu nunca tinha lido a gaivota antes de assistir a peça, pelo figurino que é funcional é lindo, pela luz que é ótima, e principalmente pelos atores.
Pelos atores.
Uma companhia tem que ter muita estrada e muito talento pra interpretar com tanta precisão, com tanta sincronia, pra dar e tomar o foco com tanta facilidade, pra apresentar trilhões de elementos cênicos e em nenhum- NENHUM- momento deixar o espectador perdido, sem saber pra onde olhar. E na hora de dizer aqueles bifões da Nina, do texto do próprio Tchekov, as vadias ainda se dão bem. Vadias. É muito pra minha cabeça.
Você não sabe se ri, se chora, se xinga.
Contemporâneo. De quem? Meu, com toda certeza!
Eles pecam um pouco nas projeções, completamente desnecessárias- embora eu admita que a piada do Rei do Gado me fez doer a barriga de tanto rir. Sim, podiam ter economizado em projetor, mas veja bem: uma peça que até o Phabulo disse que é genial merece respeito de qualquer um.
A Gaivota- tema para um conto curto está em cartaz no Sesc Pinheiros e é da Cia dos Atores.
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Eu gosto cada vez mais do Beto Brant. Achei O Invasor estranho, mas divertido, adorei Crime Delicado, e o novo filme me fez chorar como criancinha.
Em parte toda essa emoção se deve a ele ter cutucado minha ferida: falar sobre um recém-formado que não consegue arranjar emprego nem dinheiro pra nada, a essa altura do campeonato, é mancada. Ainda tem uma modelo que faz book e fica correndo atrás de testes e sonhando com o sucesso, pra terminar de fuder.
Mas o filme tem todo o mérito de um roteiro ótimo, simples, com diálogos naturalíssimos, de um trabalho de atores fantástico, de uma edição prática e eficiente e, claro, de um cachorro fofinho, que é chamado de... Cachorro.
Ah, com essa ele me ganhou de vez!
Pena que entrou em cartaz em três ou quatro salas. Quase ninguém vai conseguir assistir esse filme. Eu podia, quem sabe, no futuro não muito distante, conseguir atuar com Beto Brant. Seria bacana.
Cão sem Dono é do senhor Beto Brant, faz parte do meu contemporâneo, e pode ou não ser exibido em um cinema alternativo bem longe de você. Corre.

quinta-feira, junho 21, 2007

Revista MURO #06

Está no ar a edição número 6 da revista Muro.
Mas eu nem sabia das outras cinco- é o que você vai dizer.
Pois é, nunca é tarde pra começar.

http://www.revistamuro.kit.net/
Dois minutos na invertida. Lero lero. Lero lero.
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Última semana!!!
Teatro de Auto-Ajuda apresenta

O QUE NÃO FOI

Até 24 de junho

Sábados as 21h e Domingos as 20h

Teatro da Estação Ciência

R. Guaicurus, 1394, Lapa (ao lado da estação de trem e do Terminal da Lapa)

Ingressos: R$ 10,00 e 5,00

quarta-feira, junho 20, 2007

C.A.

Além dos limites.
Consumo incontrolável.
Já acontece em casa.
Suflair e esses outros 70%de cacau que lançaram por aí. Guarda no armário da cozinha uma barra de cobertura meio-amargo de 500g pra uma eventualidade... que mergulha, vez em quando, no leite quente, porque Toddy já não é suficiente.
As gorduras laterais pulando pra fora da calça de ginástica denunciam que é hora de parar.
Ao menos diminuir.
Ao menos controlar.
Ela ignora os sinais.

segunda-feira, junho 18, 2007

Adoro!

- Mas essa peça é pra entender ou pra sentir?
- É pra sentir, Vó.
- Ah, então eu senti bastante. A peça é ótima, viu?
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Ah, nada como a calmaria após a tempestade.

domingo, junho 17, 2007

O que não foi bom

É...
Um ator sem subtexto, sem concentração e sem ensaio geral antes do espetáculo... não é nada!
Ainda bem que a baiana não tava aí pra ver...
Melhor ainda que a Avenida Paulista também não veio (ainda).
E hoje tivemos lucro! Seis reais! Dá pra pagar a alface e as maçãs, mas não paga as rosas.
Alguém pode pedir pro cara da barraca de espetinho diminuir o volume do forró durante o espetáculo? Atrapalha um tantinho...
Alguém viu meu balde depois da cena das bolinhas? Bah, deixa pra lá... vou comer o resto do meu ovo de páscoa Kopenhagen.

quinta-feira, junho 14, 2007

Pindaíba

Desde dezembro do ano passado não cai um real na minha conta. Não é exagero. Seis meses sem ao menos um real. Pra não dizer que eu não recebi nada, trinta reais de cachê teste no mês passado- mas eles não foram pra conta, foram direto pra minha carteira e de lá direto pro caixa de alguma lanchonete que vende cheese-salada, a nova mania da minha vida- aliás, tem alguns na Mooca que valem uma vida. Se eu não tivesse economizado nos últimos anos e não morasse com a mamãe não teria sobrevivido.
O que me anima é pensar que esta pode ser a pior fase financeira de sempre. Porque se isso vier a se tornar uma rotina da minha vida de artista, será realmente desanimador. Esse mês já entra um dinheirinho do VAI- dinheiro que eu ganhei dando aula, aquela coisa que eu tinha dito que eu não queria que fosse minha fonte de renda nunca mais. OK, dar aulas pra adultas foi até agora muito mais legal do que trabalhar com os meninos mimados do jardim anália franco. Mas isso não é suficiente pra tirar da minha cabeça o fato de que não, eu não me formei em Licenciatura.
Os projetos se amontoam nas memórias minha e do meu computador, nunca se sabe qual deles vai vingar. Os castings já não me deixam nervosa- e isso não é necessariamente uma coisa ruim. Agência que é bom não me liga e meu diploma também ainda não deu as caras. Tô na média de envio de três curriculos diários. Ainda não ganhei trabalho nenhum. Mas eu não vou trocar tudo por um emprego na Baked Potato. Não por enquanto. Tenho fé de que está sendo assim também praquele cara que se formou na FEA em dezembro. Tudo bem que ele deve ao menos ter tido uma festança no Expo Center Norte com a Banda Nova Era. Mas isso não faz dele um recém-formado melhor que eu. Ou faz?
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O importante é: agora eu tenho um MP3 Player cor-de-rosa. Eba!
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Na boa, Marta, se você não tiver algo decente pra dizer, não diga.
O pior de tudo é que essa é uma daquelas coisas que acontecem no cenário nacional que são tão, mas tão bizarras, que a única coisa que eu consigo pensar a respeito é: o que será que o Simão escreveu sobre isso na coluna dele?

quarta-feira, junho 13, 2007

Definitivamente, uma Casa Abrigo para Mulheres não é o lugar mais animado do mundo pra se estar num dia 12 de junho.
Solidão às vezes dói. E quando dói a gente nunca pára pra pensar que gente como eu e você pode ser tudo na vida, menos solitário. Não solitário de verdade. Não solitário como muita gente é.
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Com sorte, chegará o dia em que não mais precisaremos arrumar cenário, montar coxias, afinar luz, aquecer, maquiar, arrumar contra-regragem e apresentar em menos de duas horas.

quarta-feira, junho 06, 2007

O QUE NÃO FOI




Quase não foi mesmo. Tivemos a fase sem tempo, a fase sem joelho, a fase com atrizes deportadas, a fase sem diretora, a fase sem teatro, mas enfim teremos nossa fase temporada na Estação Ciência.


O ingresso é pago porque vamos ter que pagar o técnico (coisa que não aconteceria se estreássemos na USP, o que era o plano inicial, e portanto coisa para a qual não temos um puto sequer). Mas ainda assim é baratinho, a inteira é 10 reais- que se compra com dez reais? nem um Big Mac, nos dias de hoje...


Não me venham com essa de que é longe, só perdoarei aqueles que já declararam que estão em Dubai ( algumas amigas minhas realmente têm o dom de me surpreender).


Enfim, O que não foi será....




terça-feira, junho 05, 2007

Me sinto uma inútil cada vez que olho pra esse blog sem um mínimo de atualizações.
Penso milhares de coisas pra escrever mas sempre esqueço delas ou acho que são estúpidas demais para merecer um post.
Mas prometo que tentarei, a partir de hoje, escrever qualquer bobagem sempre que acessar a net. Só pras pessoas saberem que eu estou viva.
Em breve, notícias sobre a estréia.
E já fico na invertida 30 segundos. Tchanãn!