domingo, maio 31, 2009

SUA

Quando eu era garota, minha vida era uma música que ficava cada vez mais alta. Tudo me comovia. Um cachorro seguindo um estranho. Isso me fazia sentir tanta coisa. Um calendário mostrando o mês errado. Algo assim podia me fazer chorar. Me fez. O ponto em que a fumaça de uma chaminé se dissipava. Uma garrafa virada, estacionada na borda de uma mesa.
Passei a vida aprendendo a sentir menos.
Cada dia eu sentia menos.
Isso é envelhecer? Ou é algo pior?
Não é possível proteger-se da tristeza sem antes proteger-se da felicidade.
Jonathan Safran Foer


Sumi desse blog.
Eu sei.
Tava dormindo.
Dormi muito essa semana. E meu sono não passou. Quando eu acho que vou tirar umas férias, mil coisas ressurgem e a correria retorna.
Problemas. Falta de tempo. Decisões difíceis.
Estou me acostumando com as coisas difíceis. É bom. Faz com que as coisas fáceis se tornem cada vez mais fáceis. E até prazerosas.
Eu sempre gostei dos desafios. Fazem da gente alguém mais forte. Estou tentando sinceramente ser alguém mais forte. Me faria bem. Mas por enquanto é apenas uma tentativa. De todo modo, qual seria a graça da vida sem a fragilidade?

-Mas, por quê, Fernanda, por que você é tão vulnerável. Por que deixa os outros passarem por cima de você?
- Eu deixo?
- O que você acha? Qual a sua visão? Esquece a visão dos outros, qual a SUA visão?

Nesses últimos dois meses, a minha vida virou do avesso. Eu parava em determinados momentos do dia, e um pensamento vinha claro na minha cabeça: Essa vida não é minha. Seja lá de quem for, minha ela não é. Pensei em vir aqui escrever isso. Nunca escrevi. Não seria justo com a dona do blog. Seja ela quem for...
Até a minha própria vida tem passado por cima de mim.

quarta-feira, maio 20, 2009

Estréia amanhã

Ai, meu estômago!
Espero todos lá.

quarta-feira, maio 13, 2009

Reta final

A Taste of Honey é uma peça da inglesa Shelagh Delaney, de 1958.
Honey é a nossa montagem do texto, que estréia na quinta que vem no Festival da Cultura Inglesa.
Estamos nos últimos ensaios, está ficando legal pra caralho, mas, como sempre, estou portando uma sinusite monstro e uma laringite moderada e gastei 160,00 reais em farmácia (dá pra dividir no cartão, moça?) pra tentar sobreviver à reta final.
Tô até acostumada com minha saúde frágil e minha baixa resistência em situações de estresse. Claro que nesse caso o Ruth Escobar e seu ar condicionado sujo e mal conservado tem muita influência. Mas, enfim...
Tô muito empolgada com a estréia, esse processo de ensaios tem sido um aprendizado legal pra caramba e tô adorando trabalhar com a Fernanda e com o elenco todo. Os músicos também estão tudo de bom, e a cada ensaio a peça vai aparecendo e ficando mais bonita.
Mas que tá foda, ah, meu bem, isso tá!
Mas falta pouco. Convidarei a todos em breve. Por enquanto, apenas spoilers...


Clique na foto e veja detalhes da pele das atrizes sem maquiagem...

quarta-feira, maio 06, 2009

Dos provadores coletivos

Você faz assim: pega o morango, passa Nutella em cima dele e come.
Aliás, sabia que o Carrefour tá com promoção de Nutella, um pote é R$ 5,00 mas levando três potes sai por R$ 3,30?
Fica aí a dica.
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Na segunda tive que dar aquele pulinho no Bom Retiro.
Por pulinho entenda-se passar o dia inteiro andando feito louca de uma loja pra outra colecionando cartões de lojas com anotações e alimentando a esperança de que uma hora você vai achar a peça ideal que você tá procurando - só pra no final descobrir que você vai ter que trabalhar com o que tem mesmo, é a vida, fazer o quê.
Aliás, se eu fosse abrir uma loja no Bom Retiro, eu faria antes um trabalho de observação bem sério, e descobriria quanto tempo as pessoas demoram pra chegar no ponto em que entregam os pontos, e levam "essa blusa aí mesmo, foda-se, não vou voltar até aquela loja lá do começo da rua por causa de dois reais ou só porque aquele acabamento é melhor que esse". Se bobear, os caras fazem esse tipo de pesquisa. E disputam a tapa esse lugar onde as pessoas são vencidas pelo cansaço e as lojas, claro, lucram horrores.
Enfim, o Bom Retiro é uma maravilha, os preços são ótimos, a variedade é grande, a qualidade é boa. Mas tem duas grandes sacanagens: uma é esse negócio de "só vendo no atacado, mínimo doze peças, com CNPJ" (e as melhores peças estão SEMPRE nessas lojas) e a outra é o não poder provar.
E aí que eu descobri que a nova onda do Bom Retiro são os provadores coletivos. Pra sua surpresa, a vendedora fala que sim, a loja tem provador, e você vai feliz e contente provar sua roupinha e quando puxa a cortininha vermelha descobre uma sala pequena, com alguns espelhos, e umas doze tiazinhas pelancudas se apertando pra provar aquele jeans incrível ou aquela blusinha que tá super em conta.
Visão do inferno.
Mas, dos males o menor.
Tomara que a onda pegue.