terça-feira, março 30, 2010

História sem fim

Fui assistir Festa de Separação - muito recomendada peça que eu estava louca pra ver.
É meio maluca essa história de celebrar uma separação, celebrar um fim. O ser humano não sabe lidar com as mortes, e estou falando das pequenas mortes do cotidiano. Quando morre a peça que você tava ensaiando, quando morre o emprego, quando morre aquela viagem, quando morre a chance de ficar com aquele cara, quando morre o dinheiro que tava na sua carteira, quando morre 10 reais pra pagar o estacionamento que você achou que era conveniado com o restaurante.
Na infância, sempre contaram pra nós histórias com começo e meio. Histórias sem fim.
Mas a verdade é que tudo começa muito antes e termina muito depois.
Terminar um ciclo. Avaliar o que ficou mas seguir em frente sabendo que seu coração não está mais ali. É preciso ter certeza de onde está seu coração, e isso é algo tão maduro que este texto, esta foto e esta peça não deveriam ser mencionados neste blog.

Crítica da Folha: Vocês vão voltar, né? 4 estrelas

Muito o que dizer ainda sobre este espetáculo que eu quero ver de novo - cara, pra eu querer ver um espetáculo duas vezes, acredite, é bom...
Assunto pra outros posts.

quinta-feira, março 25, 2010

Eis que, aos 27 anos, ela descobriu as palavras.
Gostou especialmente da palavra NÃO,
se apaixonou pelo EU
virou fã de vez do FODA-SE.
Trocou alguns pontos de interrogação por pontos finais,
alguns pontos finais por vírgulas,
e as exclamações por reticências.
E quando chegou ao fim da página, virou e começou a escrever tudo de novo.

domingo, março 21, 2010

Porque, de vez em quando, a vontade de dizer alguma coisa é tanta que eu venho até aqui e começo a escrever sem nem saber exatamente o quê, só pra ver se consigo colocar em palavras o que estou sentindo, numas de tentar me entender.
Hoje não deu certo.

domingo, março 14, 2010

Esse negócio de arrumar a bagunça do coração dos outros, sei lá, não nasci pra isso.
Mentira. Nasci, sim.
Mas preferia não ter nascido.
Preferia mesmo era saber organizar minhas gavetas por cores, saber a diferença entre aquela blusa curinga incrível que todos os estilistas recomendam e aquelas peças cafonas que deveriam mesmo ir pra algum bazar de caridade, ao invés de continuar a encher os armários de sabonetinhos e sair pela rua toda amassada e cheirosa, fingindo que está tudo bem.

quarta-feira, março 10, 2010

Diz que vi por aí

Tenho visto muita coisa. Quase tudo coisa boa. Feliz. Com preguiça de postar. Picaretearei.

Corte Seco

Crítica da Folha: Improváveis versão gente grande. 4 estrelas.

Embodied Voodoo Game (Grupo Cena 11)

Crítica da Folha:Uns corpos que caem. E caem bem. 3 estrelas.

O Capote

Crítica da Folha: Sutil Cia + circo + sotaque britânico. 4 estrelas.

As Meninas

Crítica da Folha: Poderia chamar As Cadeiras. 3 estrelas.

domingo, março 07, 2010

Cursed

Era uma maldição bem esquisita essa a que se abatia sobre ela.
Uma espécie de Toque de Midas às avessas, ninguém sabe muito bem de onde surgiu ou quando começou, só o que se sabe é que, invariavelmente, tudo que ela sonhava -dormindo ou acordada- não virava realidade nunca.
Era como tentar riscar de novo um fósforo que já tinha sido riscado.
E quando ela, menina sonhadora que era, percebeu, apelou logo pra técnicas orientais de meditação e em concentrar só pensamentos negativos. Uma síndrome do pânico, pensou, uma depressão, quem sabe, até que cairiam bem.