segunda-feira, maio 30, 2011

Prezado blog abandonado,

Peço desculpas pela minha ausência no último mês.
Não foram poucas as vezes em que acessei seu endereço e percebi que a data da última postagem estava cada vez mais distante. Mas a cada dia uma nova desculpa se apresentava. E assim passei o último mês ocupada demais com as pequenas bobagens do cotidiano, perdendo tempo sonhando com coisas impossíveis, e esqueci que você estava aqui, com seu aconchegante http://, esperando pelas minhas lamúrias.
Ando cansada desse cotidiano inútil, desse trabalho que se dizia tão surpreendente, tão renovador, tão cheio de experiências incríveis e na realidade se mostra uma repetição eterna de injustiças burocráticas, artísticas, lógicas, um desfile de egos inflados e de gente com pouca responsabilidade e ainda menos ética. Uma mistura de gente inocente que ainda acredita no que faz, e gente que já passou dessa fase e hoje se dedica com muito esmero a partir os sonhos dos outros. Um grupinho dos que não tão nem aí, e o outro dos workaholics que já perderam a noção da realidade. No fundo, um bando de fudidos tentando chegar sempre antes. E sair melhor na foto.
Cansada de trabalhar pelos outros, cansada de não poder tocar seus próprios projetos como gente grande. Cansada de ter que aprender com os próprios erros, cansada de errar, cansada de se incomodar com isso. Cansada das falsas esperanças. E da minha falta de coragem em desistir de vez - já que nada dá certo mesmo, por que não? por que não? Cansada de tentar adivinhar o futuro, cansada da conta do banco que é negativa, cansada de preencher seus dias com uma falsa sensação de que é dona da própria vida, pra no fim da noite sempre perceber que não tem nada, ninguém, porra nenhuma.
Ah, querido blog. Cansada de fazer perguntas a quem não pode me responder.
Você, por exemplo.
Deixemos tudo isso pra lá.


terça-feira, maio 03, 2011

Não me preocupo mais em acertar contas com o passado.
Quando viro a esquina e dou de cara com ele, viro as costas e ponto final.
O que não faz de mim alguém mais forte/fraca, feliz/infeliz, madura/imatura, cristã/pagã: só alguém que se convenceu de que passado demais é problema, doença, quase obsessão.
Me interessa olhar pra frente.
Na boa: quem vive de passado é kardecista.